domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma Carta de S.O.S...

S.O.S.

Não sei para quem estou a escrever, nem como é que irão encontrar esta carta, mas acredito, com todas as minhas forças, que este texto será a minha salvação.

Chamo-me Catarina, sou uma adolescente que está sozinha numa ilha deserta algures no Oceano Atlântico, ao largo do arquipélago de Cabo Verde, e este é o meu pedido de socorro, a minha única forma de pedir ajuda para conseguir sair daqui e regressar ao que todos chamamos civilização.

Esta infeliz aventura começou com o naufrágio do cruzeiro em que viajava, que numa terrível tempestade se destruiu e afundou. Apenas me lembro de estar na água a lutar entre as ondas para conseguir manter-me à superfície, e, infelizmente, sou a única que sobreviveu a este horrível acidente.

Provavelmente, fiquei inconsciente durante a tempestade, pois apenas me lembro de acordar exausta numa praia, deitada na areia e com as ondas a molharem-me os pés. Reparei que estava sozinha, mas precisava de o confirmar. Explorei o terreno, procurei pessoas, habitantes daquele local ou outros sobreviventes, e vi que não existiam casas ou construções e toda a paisagem parecia selvagem e inexplorada.

Cheguei à conclusão que me encontrava numa ilha. Água por todos os lados, sem fuga possível. Não tinha quaisquer ferramentas, não tinha água potável, nem comida, não tinha nada, apenas as roupas que vestia, molhadas e rasgadas. Tive medo, e fiquei desesperada.

Comecei a contar os dias que passara na ilha desde que aqui vim parar e, se as minhas contas estiverem certas, estou aqui à quase setecentos e trinta dias, o que corresponde precisamente a dois anos.

Ao longo de todo este tempo fui aprendendo a sobreviver. Descobri como guardar a água das chuvas para ter o que beber, como abrir cocos para aproveitar o seu leite, como pescar peixe fresco e caranguejos, mas mais importante que tudo, consegui fazer fogo. Demorei várias horas até conseguir fazer lume, friccionando dois paus secos como tinha aprendido em criança nos escuteiros. Só nessa altura comecei a cozinhar o que pescava.

A solidão é assustadora e não ter com quem conversar quase me leva à loucura…

Já não estou tão desesperada como quando aqui cheguei, mas continuo a viver com medo.

Por favor ajudem-me, avisem as autoridades e venham-me buscar! Quero voltar à minha vida!!!!

Até breve,
Catarina

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